Se dentro de campo Carlo Ancelotti é considerado um dos mais vencedores de todo o mundo, com mais de 30 taças, fora dos gramados ele também faz sucesso e é o técnico com mais seguidores no Instagram, com incríveis 17,6 milhões de fãs (@mrancelotti) - de fazer inveja a muitos atletas.
Após sua chegada ao comando da seleção, ele atingiu nesta semana 1,2 milhão de novos fãs. O pico aconteceu na segunda-feira (26), dia em que o treinador foi apresentado oficialmente como novo técnico da seleção, com quase 200 mil novos fãs -a média diária dele era de 2 mil por dia.
“Ancellotti é uma joia rara em termos de imagem. Em vez de ar técnico e retóricas bélicas, Carleto transita entre o discreto e acolhedor, transparecendo para o público ser próximo aos atletas e divertido, ao mesmo tempo em que a tranquilidade e não disputa os holofotes com as estrelas do espetáculo", analisa Alexandre Vasconcellos, Gerente Regional da Flashscore no Brasil, com experiência em marketing esportivo, comunicação, inovação e ESG no mundo dos esportes.
Técnicos 'influenciadores'
A título de comparação, somado todos os técnicos da Série A do Campeonato Brasileiro, a conta total chega a 13,6 milhões de seguidores; Filipe Luís, do Flamengo, lidera a lista no país com 6,5 milhões, mas quase que a maioria deste número conquistada no período de quando ainda era atleta. É seguido por Abel Ferreira, do Palmeiras, com 1,7 mi; Dorival Jr, do Corinthians, com 1,4 mi, e Rogério Ceni, do Bahia, com 1 milhão.
Entre os treinadores mais renomados da Europa, Ancelotti também ganha de braçadas; o mais próximo dele é Xabi Alonso, agora seu sucesso no Real Madrid, com 12,5 mi; é seguido por Guardiola, do Manchester City, com 8,5 milhões no Instagram; José Mourinho, com 5,5 mi, Jürgen Klopp, ex-Liverpool, com 4,6 mi, Lionel Scaloni, da Argentina, com 2,3 mi, e Diego Simeone, do Atlético de Madrid, com 1,9 mi.
"Sua força midiática é gigante assim porque estamos falando de um dos técnicos mais vencedores da história do futebol, e que nos últimos anos treinou times que são verdadeiras seleções como Milan, PSG, Juventus, Bayern, Chelsea e Real Madrid. Seus números o transformam em uma figura icônica e mundial, e que agora traz uma nova força pois treinará a seleção mais vencedora do mundo", explica Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo.
Quem explica os números?
A pergunta que fica é porque Ancelotti, mesmo com perfil tranquilo e pouco midiático, conseguiu atrair tantos seguidores nos últimos anos em sua conta no Instagram. Para se ter uma ideia, suas postagens nos Reels chegaram a ter milhões de views; uma delas, postada em collab com o Real Madrid, fazendo embaixadinhas durante um treino do time merengue, ou de 22 mi:
“O Real Madrid é uma instituição com alcance global incomparável. Vestir essa camisa é ter sua imagem projetada para o mundo inteiro, é um clube que potencializa carreiras dentro e fora de campo", aponta Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.
CBF recupera popularidade
Quem também capitalizou com a chegada de Ancelotti foi a CBF. A conta da entidade no Instagram, por exemplo, que chegou a perder milhares de seguidores nos últimos meses em razão dos escândalos envolvendo a saída do então presidente Ednaldo Rodrigues, voltou a recuperar novos fãs e bateu a marca de 18 milhões de seguidores, sendo mais de 200 mil novos seguidores desde a apresentação do novo comandante, no último dia 26.
O primeiro vídeo postado pelo italiano em seu Instagram, com o título "Olá Brasil!", e imagens de ídolos que marcaram a trajetória em campo pelo país, atingiu quase 9 milhões de views. Na conta da CBF no Instagram, foram postados oito vídeos com bastidores, ações e o primeiro treino de Ancelotti no Brasil que, somados, chegam a mais de 45 milhões de views.
Para Henrique Borges, VP executivo de vendas, marketing e novos negócios na Somos Young, empresa que utiliza tecnologia de ponta no atendimento a sócios-torcedores de clubes como Cruzeiro, Vitória, Vasco e Sport Recife, a chegada de Ancelotti é uma chance simbólica de reposicionamento. "A Seleção precisa reconquistar o afeto de uma geração que valoriza autenticidade, propósito e conexão. Não se trata apenas de vencer em campo, mas de construir uma narrativa que faça sentido fora dele", afirma.
"A presença digital de Carlo Ancelotti é um ativo estratégico para a CBF. Em um cenário onde o engajamento nas redes sociais se traduz em valor de marca, audiência e novas receitas, contar com um técnico que tem mais seguidores do que toda a elite do futebol brasileiro somada é um diferencial raro", acrescenta Bruno Brum, CMO da Agência End to End, empresa que apresenta soluções e engajamento para o mercado esportivo.
Copa do Mundo de 2026
A chegada do treinador ganhou repercussão no mundo todo, agitando, inclusive, o mercado de apostas. Anteriormente, a seleção canarinha não estava sendo eleita como uma das favoritas para o Mundial de 2026, porém, com a chegada do novo técnico, as cotações para os principais candidatos ao título da Copa do Mundo de 2026 tiveram mudanças significativas.
Which nation will lift the #FIFAWorldCup in 2026? 🏆
— FIFA World Cup (@FIFAWorldCup) June 11, 2025
One year today, more history begins. ⏳ #WeAre26 pic.twitter.com/888o6OOBwn
Segundo algumas das principais casas de apostas esportivas do país como Galera Bet, Odds&Scouts, 7K, Vera, Cassino e Casa de Apostas, agora, a Seleção voltou ao topo da lista como um dos grandes favoritos ao título da Copa de 2026, rivalizando diretamente com a França, em busca do hexacampeonato.
Os brasileiros lideram com odds médias de 6.60, seguidos de perto pelos ses, que têm 6.75. Na sequência aparece a Inglaterra, com 7.50, e completando o top 5 estão a Espanha, com médias de 8.5, e a Argentina, atual campeã da competição, com odds de 9.00.
A 23ª edição da Copa do Mundo acontecerá entre os meses de junho e julho de 2026 e marca dois episódios inéditos. Nunca antes a competição contou com três países sede. Espalhadas entre Estados Unidos, Canadá e México, 16 cidades receberão os duelos do maior torneio de seleções do mundo. Além disso, esta será a primeira vez que a disputa pelo título contará com 48 seleções (eram 32 seleções).