Para alguns pode parecer glamouroso trabalhar com os espíritos superiores por meio do desdobramento, mas essa tarefa não é para qualquer um. É o que conta o escritor espírita Robson Pinheiro em seu novo livro “Os Viajores: Agentes dos Guardiões”, ditado pelo espírito de Ângelo Inácio, em que narra a saga daqueles que se engajam na reurbanização extrafísica do planeta.
Quem são os “viajores”?
O autor espiritual se refere àqueles que pretendem viajar com os espíritos, ou seja, atuar em desdobramento lado a lado com eles em tarefas no mundo extrafísico. Mas também há uma noção menos evidente, que o leva a adotar esse termo. Diz respeito ao fato de que tais pessoas são viajantes a uma terra estrangeira, a um mundo novo, dotado de geografia, habitantes e características próprias, que requerem atenção e estudo, a fim de que a jornada seja exitosa.
O que é o processo reurbanizatório da Terra?
Há uma profecia no livro de Daniel, do Antigo Testamento, que aponta 1843 como o ano em que “o santuário será purificado” (Dn 8:14), conforme explica o espírito Estêvão no Apocalipse: uma interpretação espírita das profecias. A data coincide com o momento em que eclodiram os fenômenos que culminam no surgimento do espiritismo (1857), de Allan Kardec e de outras filosofias espiritualistas. A partir de então, observa-se um movimento de renovação dos planos extrafísicos, intensificado desde a segunda metade do século XX, conforme vários médiuns e estudiosos o registram. Sendo assim, a reurbanização extrafísica nada mais é que a preparação para uma nova fase na qual o planeta Terra adentra paulatinamente – estágio denominado, na filosofia espírita, de mundo regenerador.
Em que consiste essa nova fase planetária?
No saneamento dos planos além da matéria, tanto do ponto de vista das criações mentais quanto dos habitantes que podem reencarnar na Terra. Alguns terão a última chance de mudança, caso contrário serão levados a locais onde aguardarão o degredo planetário, isto é, a condução a outros orbes mais afeitos a seu momento evolutivo, onde continuarão sua jornada. Em última análise, a reurbanização extrafísica é um processo experimentado por todos os globos e que precede os juízos periódicos, segundo explica o espiritismo, denominados, na Bíblia, apenas de “juízo”.
Quem está no comando esse processo?
Ele é conduzido pelos anjos de Miguel, o príncipe dos exércitos celestes, isto é, os espíritos que servem à justiça divina, conhecidos na literatura espiritualista como guardiões superiores.
Quem são os guardiões e o que eles desejam dos agentes?
Os guardiões são espíritos que se organizam em comandos hierárquicos e zelam pela ordem e pela justiça em todos os âmbitos da vida. Podemos entendê-los como as forças de segurança do mundo extrafísico, com uma estrutura que abrange desde os soldados mais rasos até os oficiais mais graduados. Naquela ponta, em linhas gerais, estão os exus, figuras tão denegridas em muitos círculos, que constituem a polícia astral de ruas e casas, impedindo que quiumbas e espíritos marginais ali prevaleçam e estabeleçam o caos. Na outra, encontram-se os chamados guardiões superiores, representantes da justiça e responsáveis pela manutenção da ordem em nível planetário e, até, sideral. Eles coordenam, inclusive, o processo de transmigração de espíritos entre mundos.
Quem os ajuda?
A fim de desempenhar suas funções com mais eficácia, sobretudo influenciando os poderosos do mundo e agindo entre as inteligências devotadas à maldade mais hedionda, dos dois lados da vida, os espíritos precisam da ajuda de encarnados que se disponham a lhes auxiliar. Não é outra a motivação que me levou a fundar, sob instrução do guardião superior Jamar e na companhia de outros cinco agentes, no continente europeu, mais precisamente em Lisboa, Portugal, o Colegiado de Guardiões da Humanidade, instituição presente hoje em 17 países e mais de dez unidades da federação brasileira. O livro trata da preparação desses agentes encarnados, chamados “viajores” pelo autor espiritual.
O senhor quer dizer que está havendo um despreparo da equipe terrena empenhada em ajudar os planos extrafísicos? O que se espera deles?
Com relação ao preparo de recrutas ou agentes para auxiliar os guardiões superiores e demais representantes da justiça sideral, a verdade é que poucos se candidatam a tal função. Entre os espiritualistas e religiosos, de modo geral, o trabalho associado à misericórdia é muito mais difundido e atrai adeptos em grande quantidade.
Há outras iniciativas nesse sentido?
Sim, muitas delas voltadas ao socorro das mazelas humanas, sejam elas de natureza, social, econômica e espiritual, entre outras. Contudo, a faceta da justiça divina é igualmente importante, mas poucos são aqueles que veem o combate ao mal, a batalha com espíritos devotados ao crime, em âmbito cósmico, como uma tarefa a qual se consagrar. É muito comum encontrarmos atividades louváveis de tratamento espiritual, porém onde estão as iniciativas que procuram conter a propagação do mal e do abuso por parte de entidades espirituais imbuídas de propósitos espúrios? São em número bem menor. Por isso, o livro narra o esforço do alto ao promover a formação de agentes dos guardiões.
Pelo que entendi, está havendo uma ingerência do mundo extrafísico em nosso orbe? Esse processo ocorre em função do momento planetário?
Sempre há ingerência do plano astral, que é a dimensão perene da vida sobre o mundo material. Indagados acerca do grau dessa influência, os espíritos respondem, numa frase célebre, que “frequentemente são eles que vos dirigem”. O que ocorre no momento atual é que, com a reurbanização extrafísica, em virtude do juízo próximo, essas intervenções têm se tornado mais difundidas, pois a humanidade terrena precisa amadurecer.